xororó du goias canta paixão de homem
quinta-feira, 25 de março de 2010
O MISTÉRIO DA BERA DA ISTRADA
J.Carlos Santtana Cardoso
http://zedaroca.fateback.com/
Tava aperreado naquele dia pruque o pai tinha pedido prá mô de faze um monte de coisa
e cumo era sexta eu queria ir nu baile nu arráia que ficava a umas duas leguas de casa ,mai
tinha que vortá de madrugada prá mô de tira leite da maida e dá de cume pros animar.
Mai eu num ia perde de jeitu ninhum a unica portunidade que tinha prá mô de fica perto
da Rosinha e namorá um poco. O pai disse que eu podia ir mais adespois que fizesse tudo
que ele tinha mandadu e eu tinha que obedece o pai senão ia levá uma coça .
Cabei o serviço bem tarde, tava cansadu qui nem burro de aradu mai um ia dexa de ir nu
baile de jeitim argum . Tomei um banhu,coloquei uma água de chero e vesti minha camisa
xadreis minha carça ranchera e carcei minha butina amarela e fui pró arraia dança um poco
qui eu tamém sou fio de Deus .
Cheguei lá por vorta das nove e o baile já tinha cumeçado .O meu amigo ''João pé de mesa'' tava
lá cumo sempre agarradu cum uma véia '' Diabo!! ô sujeitim prá gostá de veia sô '' . A Rosinha
Já tava mi isperandu do ladu de fora .Tava uma lindeza ,cum uma flô na cabeça,um vestidu de
chita vermeio cheio de flôzinha que mai parecia um jardim de praça.
Toda veiz que eu ia sai de noite eu levava um facão na cintura prá mô de me proteger de argum
desafetu que tarveis eu incontrasse pelo caminhu,mai eu era de paiz e num ia me mete im confusão.
Dancemo inté a sola da butina gastá e a poera cubri nossa cara .Foi quandu lembrei que tinha
tinha que vortá pruque já era tarde i o caminnhu de vorta era longo .Mi adespedi da Rosinha cum
bejo e disse inté pro meu amigo ''João pé de mesa'',que inda estava dançanu cum a véia '' Quarque dia
vô preguntá prá ele porque ele gosta das véia '' .Sai e fui a caminhu de casa cum a lua lumiano
a istrada que passava nu meio de duas fazenda cercada de arame farpadu . Adespois de passá pela
duas fazenda o caminnhu fica cercado de arvore por todo lado e era mai iscuro . Foi quando eu
vistei um sujeitu em pé na bera du caminhu bem donde eu ia passa. Novamenti deu quele repio
na ispinha e eu pensei '' Di novo!!! arreégua sô! '' . Eu resorvi mi agachá e o sujeito feiz a mesma
coisa,eu ia pro lado e o sijeitu fazia a merma coisa . Já tava ficano tarde e eu já tava ali a uma hora
e tudo o que eu fazia o sujeito também fazia . Arreégua!!! i agora ? Só tem um jeitu vô tira o facão
e passa correnu e se ele pula ne mim eu taco o facão nele . Intão eu gritei...
- Ô ocê ai na bera da estrada !! Eu tenho que passa pruque tenho que trabaia cêdo i num posso
ficá aqui nessa brincadera ! Se ocê num sai da bera du caminho eu vô passa e vô te mete o facão
nus chifre !!
Mai ele num respondeu nada...
- Oia..vô conta inté treis e vô passá correno se ocê num sai vai levá facão!! O sujeito nem se mexeu
e eu pensei '' É agora ! '' . Contei inté treis e sai correnu cum facão na mão de incontro o sujeitu.Quando
chegou perto eu levantei o facão de desci em cima do sujeitu.Só ouvi um tinido batendo num negoço
duro,parei mai na frente e vortei prá mô de vê o que tinha atingido .Dai cai na gargaiada ! Eu passei
a madrugada quase toda cunversando cum toco de pau queimadu que tava na bera da istrada e na ida
prá o baile eu num tinha reparadu pruque passei cum muita pressa e num notei nada.
Inda bem que ninguém viu !! Senão eu ia ce mutivo de gozação do povo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário