xororó du goias canta paixão de homem

sexta-feira, 19 de março de 2010

Dialeto Caipira







Na prosa do povo caipira,
Há um sabor sem igual.
Da forma em que se expressa,
Esse povo fenomenal.

"Calipe" é uma árvore,
"calipá" a plantação.
De "madera" de "foia" "cherosa",
Que "servi" na medicação.

"Bastião" "tamém" é uma forma,
Figurada ao chamar pelo "nomi",
Um "Cumpadi" ou amigo,
Com carinho de "homi" para "homi"

"Oni" é o "transporti",
Que de ônibus se quer falar.
"Istamo" é um dos órgãos,
Que dói quando se "senti mar"

"Ponhá" é um dos verbos,
Dito ao querer por.
"Apiá" é "descê" da "anca",
Quando usar o "animar" for.

"Carpí" é "tirá" a tarefa,
de braça em braça medida.
Junto ao "borná" de comida,
A "mistura" é o café de bebida.

"Quarqué" coisa "faiz" o caipira,
Pra mais "fáci" se "comunicá".
O uso de um dialeto,
Torna mais "faci" "falá"

"Guaiaba" é fruta silvestre,
Brota o pé em "quarqué" "lugá"
"Trepá" na "guaiabêra"
Dá um prazer sem "iguá"

"Vós mecê" é pronome,
"Vancê" também o é.
De macho se fala "homi",
De fêmea se diz "muié"

Aqui "cunóis" é assim,
Com risco se lê Francisco.
Na roça não tem soberba,
Cobra "andô" de ré, enche de cisco.

Anísio Guimarães

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