Zuleika
As mocinha do arraiá
Tavam todas assanhada
Pru mode a Festa du Divino,
tava nas oras marcada ...
Vistido novo infeitavam
Genti di fora achegavam
E cum povo, homis bunito
E as moça se abunecavam ...
Tinha reza, procissão
Leilão de prenda gostosa
A dança cumeçava cedo ,
Ia inté o povo ir simbora ...
Já Juaninha se afligia ,
sabia que belezura num tinha
E qui seu distino nu mundo ,
era ficá prá titia ...
Moços nela nem ispiava
Prá que gastá distinção
Juaninha, curuja das mata
Ninguém num queria não...
De tão triste assoluçava
A festa lhe dava inté gastura
Quando a voiz du violero
Alumiô certera as artura ...
Sendo dia de festejo
Percisão ninguém dela tinha
Podia fugí lá pru brejo
Du violeiro ficava juntinha
Num repente, a Juaninha,
chorá quiria mais não
Pulô nus braço do moço
Du moço ... qui tocava violão ...
Violeiro inté se assustô
Olhô prá moça e parô,
deu nela um beijo na boca
Sentiu todo seu calô ...
Intão largô o violão
E os zóis dela fitô
E num canto, na iscuridão
Tomou dela o coração ...
Daí, Juaninha cantô
Pulô na roda e dançô
Pessoá tudinho ispantô !
E a istória assim si alastrô ...
Juaninha, bicho doido ,
Na Festa do Divino virô
Certeza ninguem apostô
O direito ninguém se arriscô
Pois foi o amô do violeiro ...
Qui a tar Juaninha enlocô !!!
fonte
Nenhum comentário:
Postar um comentário