[Carlos Mota · Goiânia (GO)]
Pau no quengo, no cangote
Capote, capa, catira
Coivara, fogo, chicote
Corda de pau é embira.
Cada qual com sua sorte,
Cada qual em sua trilha:
Tem uns que são lá do norte
Outros que montam quadrilha,
Eu aqui na minha lida,
Vou burlando a desdita
E engalanando a vida
Com meu verso caipira,
Vivendo e fazendo fita.
Quinado é boa bebida,
Mexido é boa comida,
Água boa é de pote.
Menino bom é garoto,
Menino ruim pivete.
Dou de pau, de canivete
Se correr dou de chicote,
Vou enganando a morte
Com meu verso caipira.
De Padim Ciço: devoto
Bem mereço melhor sorte,
Pois eu quando vim do norte
Deixei de lado a mentira.
Voei nas asas do vento
Aprendi ler pensamentos
Mas já larguei os meus inventos,
E hoje todo meu sustento
Vem do meu verso caipira
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