[tarcio costa]
Atentá mulé do próximo
É pecado sem perdão
Mas tem homê que parece
Não temê castigo não
Quando vê rabo de saia
Sede logo a tentação
E Com Severino Rôla
Não havera ser diferente
Bolinô mulé casada
Conhecida ou indigente
Sem se importar com a idade
Pro cabra era indiferente
Quando posto Severino
Pela mulé em julgamento
Tinha logo seu respeito
Pelo alongado instrumento
Que dito pelas mas língua
Parecia de jumento
bicho tinhoso da peste
Arretava os corneado
Sorrindo mostrando os dente
Terno branco engravatado
Banhado de água de cheiro
Sempre muito perfumado
Pras mulé despreparada
O caboco virô lenda
E conselho pra malandro
Nunca que gerou renda
Se conselho fosse bom
Virava artigo de venda
Mas essa imprópria conduta
Virô faca de dois lado
Pra alguns motivo de graça
Pra outros de desagrado
Pois o sujeito em questão
Era tumém amaseado
E o que mais causava réiva
No povo naquela altura
É que a mulé do abestado
Era honesta e de candura
E sustentava o safado
Chuliando na custura
Como era de imaginar
O dito autor das besteira
Teve seu nome cunhado
Na boca das fofoqueira
Que trataro de levá
Ao ouvido da costureira
Com tristeza da moléstia
A pobre dama traída
Prometeu fazê vingança
A humilhação recebida
Nem que viesse a ser a última
Coisa feita nessa vida
O causo foi dito e feito
E o tarzim cheio de fama
Dormindo feito criança
Não se apercebeu do drama
De ter sua genitália
Amarrada aos pé da cama
Sem quarqué dor ou remorso
Batendo tampa e panela
Lençol branco na cabeça
No clarão da luz de vela
A mulé assusta o amante
Que salta pela janela..ahh!
Quem muito qué nada tem
Já diz o velho ditado
E nem memô a medicina
Pôde ajudá o coitado
O que o diabo separô
Nunca mais se viu grudado.
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