xororó du goias canta paixão de homem

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Verso Caipira de um Setentão curuis


Vô contá pra óceis como é triste vê a veíce chegá,
Vê os cabelo caindo, vê as vista incurtá,
Vê as perna trumbicando, cum priguiça di andá
Vê “aquilo” esmorecendo, sem força pra levantá.

As carne vão sumindo, aparecendo as veia
As vista diminuindo e crescendo a sombranceia
As coisa vão encurtando, vão aumentando as oreia
Os ovo dipindurando, diminuindo a peia.

A veíce é uma doença que dá im todo mundão
Dói os braço, dói as perna, dói os dedo, dói a mão
Dói os figo e a barriga, dói o rim, dói o purmão
Dói o fim do espinhaço, dói a corda do cunhão.

No tempo que eu era moço, o sor pra mim briava
Eu tinha mir namorada, tudo de bão me sobrava
A menina mais bonita, da cidade eu bulinava.
Eu fazia todo dia, inté o bichim esmorece e desbotá.

Mai isso tudo passô, faiz tempo, ficô pra trais
As coisa que eu fazia, hoje num sô capaiz
O tempo me robô tudo, de um jeito sagaiz
Pra falá memo a verdade, nem trepá eu trepo mais.

Quando chega os setenta, tudo no mundo embaraça
Pega a muié, vai pra cama, aparpa, beija e abraça
Porem só duas coisa faiz: sorta peido e acha graça.

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