João Catharina
Na beira de Santa Gertrude,
A zueira esteve grossa:
Co’o o João Pimenta e o Zé Rosa,
Prá modi porco na roça...
Zé Rosa sempre dizia:
"Meus porco tão-se acabando."
Os cachorro do Pimenta
Com eles tavam engordando...
Zé Rosa não acreditava
No que o povo dizia:
Que os cachorro do Pimenta
Matavam os porco e comia.
Zé Rosa contava os porco,
Todo dia tava faltando:
Os cachorro do Pimenta
Com esta tavam engordando.
O Zé Rosa desconfiou,
Houve quem tal dizia:
Que uns os cachorro matava,
Outros o Pimenta comia...
O Zé Rosa desceu lá,
Quando desceu foi no bão,
Co’a garrucha na cintura,
Uma espingarda na mão.
Foi chegando e foi dizendo,
Meio louco do juízo:
"Sai pra fora João Pimenta,
Vem pagá meus prejuízo!
Foi chegando e foi dizendo:
"Juntou a fome co’a sede."
Pôs a espingarda na cara
Torceu atrás da parede.
Saiu a muié do Pimenta,
Tava com medo medonho,
Co’o seu filhinho no colo,
Parecia um Santo Antonho...
Tem paciência, "seu" Zé Rosa,
Ocê num mata o Joãzinho:
Lhe peço por amor de Deus,
Respeita ô menos este anjinho...
Zé Rosa se comoveu
Com este pedido tão forte:
"Ajoêia ao pé do teu fio
Foi quem te livrou da morte...
Ajoêia, torna a ajoêiá
Beija e torna a beijá:
Eu te peço João Pimenta,
Desterra deste logá...
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